terça-feira, 23 de setembro de 2008

Incomparável

Quantos poetas procuram na natureza uma forma de comparar a beleza de sua amada? Lua, Sol, estrela, flores, gatos, mar.

Pois digo a ti que não te compararei à Lua. Redonda, cheia de buracos e sem brilho próprio.

Ao Sol, até pode ser quente como tal, mas é insuportável a idéiade tê-la somente por uma metade de dia. E ainda assim sem poder olhar diretamente.

Estrelas possuem o brilho próprio, são companheiras durante a noite. Embora não sejam únicas. Olhar pro firmamento e ver que existem tantas delas torna a unidade comum demais.

As flores trazem perfumes agradáveis, porém não pode ser tirada do seu suporte. É bela, mas não vive sem estar presa ao resto da planta.

Gatos têm pêlos sedosos e são carinhosos, e também são reconhecidos por comerem ratos e insetos.

O mar é imenso, acolhedor. Mas também é traiçoeiro, frio.

Esqueço então. O melhor jeito de comparar sua beleza é tirando o olhar do céu e da terra. E olhar adiante. É olhar para você.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Quebra-cabeça

Em pé eu posso ver as nossas fotos que rasguei. Bem em cima da minha cama, onde por noites deitei e sonhei com nós dois. Na mesma cama onde dormi colado ao seu corpo.

Cada pedaço de foto se transforma em fragmentos perdidos de nossa história. Aquela foto da roda gigante, no parque em que comemoravámos meses de noivado, hoje nem mostra a imensidão do brinquedo. E tão pouco o quanto era grande o nosso amor.

Eu tento remontar as fotografias, pedaço por pedaço. E vejo que a imagem que se forma é parecida com a original, mas não se trata da mesma. Existem fissuras, recortes.. feito cicatrizes. Da mesma forma que não consigo unir os pedaços de nossa imagem, sei que não dá para juntar todos os nossos momentos para retormarmos nossa história.